30/01/12

Aproveitar restos: pregado com cebola-doce

Uma vez por outra isto acontece cá em casa, e por isso não fui eu quem preparou o magnífico jantar de sábado (ainda por cima, os palpites que dei foram mal dados... cala-te boca!). Resumando e concludando: foi para a mesa um inesquecível pregado frito de comer e chorar por mais, acompanhado por uns grelhos banhados em azeite e alho bem picadinho.
Porém, como por aqui a barriga ainda vai prevalecendo sobre os olhos, acabaram por sobrar duas postas... que seria heresia desperdiçar. 
Assim, no domingo ao fim da tarde, e sempre remoendo no destino que havia de dar às ditas duas postas, entrei num daqueles supermercados cuja administração se mudou para os Países Baixos e fui procurando inspiração que me ajudasse a resgatá-las. Dito e feito: uns camarões, uma embalagem de mexilhões mais outra de vieiras, um abacaxi e um saco de cebola-doce.
Nem pensem que a esta hora da noite vou fornecer os ingredientes da operação de salvamento. Limito-me a relatar a sequência dos acontecimentos
Uma sertã ao lume e lá para dentro uma fatia de abacaxi cortado em quadradinhos. Depois de estarem os quadradinhos de abacaxi bem tostadinhos, juntei-lhes um bom fio de azeite e a seguir duas cebolas-doces picadinhas, mais dois dentes de alho, igualmente picadinhos, e igual dose de gengibre. Seguiram-se umas quantas tiras de pimento-amarelo e um copinho de vinho branco seco para criar ambiente. Depois juntei tomate-cereja e jindungo... e deixei apurar. Seguiram-se os camarões, os mexilhões, o PREGADO, as vieiras cortadas em lâminas finas e uma boa mão-cheia de coentros, logo seguida por flor-de-sal q/b.
Foi só deixar apurar sabores e aromas e levar à mesa. 
Assim consegui «salvar» as duas postas de pregado.

17/01/12

Camarões com abacaxi e leite de coco

A imaginação deve andar tolhida pela crise e por outras chatices com que a vida nos presenteia ao virar da esquina. Mas, a verdade, é que o estômago não se contenta com tais desculpas e exige ser alimentado quotidianamente, pelo menos duas vezes ao dia.
À segunda-feira, como é sabido, não há mercado e os talhos que estão abertos não têm carne fresca porque os matadouros também estiveram de week-end. Assim, nada melhor do que recorrer aos congelados.
O abacaxi é fresco – foi comprado num supermercado altamente que agora até passou a ter sede nos Países Baixos... –, assim como o gengibre, comprado ao paquistanês da esquina que tem a mercearia, tabacaria e liquor house aberta até à meia-noite. Dá sempre jeito!
Vamos ao que interessa, ou melhor, àquilo que já não me apetece escrever porque já comi e fiquei satisfeito com o resultado.
A minha ideia de base foi caramelizar cebola, pedaços de ananás, duas lascas de gengibre e dois dentes de alho. Depois de escurecidos, juntei-lhes os camarões e boa pitada de gindungo. Tapei o tacho e deixei tudo em sauna. Para não desidratarem, acabei por juntar meia lata de leite de coco e uma colher de chá de caril (do verdadeiro, daquele feito por quem sabe e que não conta o segredo a ninguém – pela minha parte, tudo bem, desde que me vá oferecendo umas doses de vez em quando).
Entretanto, tratei do arroz selvagem que demora sempre mais tempo a cozinhar do que o outro. Quando estava quase no ponto, banhei-o com 3 colheres de sopa de leite de coco
Quando o camarão estava pronto a saltar para a mesa ainda lhe juntei uma pitada de coentros picadinhos e meio cálice de Cutty Sark, deixando apurar sabores e aromas mais 2 ou 3 minutos.
Feito o ninho de arroz selvagem, ficou com este aspecto