28/08/12

Mais um cheesecake

Ainda não foi desta, mas assim que tiver umas boas 6 horas (isso mesmo, SEIS!) livres, lanço mãos à obra. Por enquanto não revelo o plano e fico-me por este que não saiu nada mal. 
Bolacha Oreo, é coisa que até hoje não me despertava qualquer curiosidade mas, depois de fazer umas investigações pelo Youtube, mudei de ideias. Foi assim que nasceu este Cheesecake de chocolate – uma verdadeira bomba calórica – desaconselhável a quem pretenda manter a linha. Para evitar mais demoras, resumo o que foi uma tarde passada na cozinha, porque incluiu jantar (um lombo de porco especial GT 16 válvulas):
1. A base foi um ménage à trois de Oreo, bolacha Maria e manteiga, que foi ao forno pré-aquecido a 180°C, durante 15 minutos.

 2. Seguiu-se o cheesecake propriamente dito: 2 pacotes de natas de 250 ml, uma embalagem de queijo Philadelphia (do original e nada de Lights), 4 colheres de sopa de açúcar, uma tira de chocolate Pantagruel, 3 colheres de chá de agar-agar. Tudo levado ao lume até borbulhar durante 3 ou 4 minutos, de maneira a envolver bem todos os ingredientes.
3. Quando a base de Oreo já estava fria, espalhei o cheesecake e levei ao frigorífico.
4. Faltava apenas tratar da cobertura, do tope, como agora é moda dizer-se. No fundo, um glace de chocolate que, afinal, acabou por revelar-se tão fácil de fazer: uma tablete de chocolate Pantagruel partida em pedaços, água e manteiga qb, lume brando, mas mesmo brando, mexe e remexe até ganhar a espessura ideal, et voilá!

5. O resultado final foi este e as críticas cá da casa (como é evidente, só revelo as positivas e construtivas): Bom, mas um abuso de chocolate! É isso mesmo; o cheesecake, pode levar mais uma barra de chocolate, mas a cobertura tem que ficar mais leve, de preferência com um coulis de frutos silvestres.

27/08/12

Sopa Udon

Aqui há tempos vi no Masterchef Australia um dos concorrentes (o Alvin) preparar um frango cozido em vinho shaoxing e posso garantir-vos que a minha televisão conseguiu transmitir-me o aroma daquela cozedura: INEBRIANTE!
Eu tinha que experimentar! E ainda bem que experimentei e aconselho a quem se dá ao trabalho de ler este blog que experimente.
Quem teve parcialmente a culpa da sopa Udon foi a minha filha Joana, muito dada a tudo quanto é coisa do País do Sol-Nascente (paradoxalmente, ainda não come sushi nem sashimi, mas não há-de tardar...) e que numa destas últimas semanas ficou radiante por ver Udon à venda num daqueles supermercados chineses da Rua da Palma.
Eram 19:20 de domingo quando, enquanto passeava a Daisy (a nova hóspede canina cá da pensão), resolvi que o jantar iria ser uma sopa Udon. Daisy para casa que se faz tarde, toca a correr ao El Corte Inglés, onde consegui arranjar peitos de frango, alho-francês, cebola-tenra e cogumelos shiitaké, mas nada de Shaoxing, o ingrediente principal...
20:20, toca de correr até ao Martim Moniz... os mercados chineses todos fechados mas, na Rua da Palma, o mais pequeno ainda estava aberto! Cool! Perguntei no meu melhor mandarim: Shaoxing? Sempre atenciosa, a funcionária retorquiu: É pala a cozinha? – Sim – respondi. Leve este que é iguale. Eu não sei se é iguale se é difelente, só posso galantile que o aloma é divinal e dá pelo nome de HAU TIAO RICE WINE.
Por não ser muito dado a sopas, resolvi fazer uma combinação entre o frango do Alvin e a sopa Udon. Leva o seu tempo, mas justifica plenamente.
Cortei o peito de frango em fatias tipo sushi, coloquei num tacho, cobri com o vinho de arroz, tapei e levei ao lume (deve cozinhar pelo menos durante meia hora), ao fim de uns 10 minutos, a tampa do tacho começou a entrar em levitação... destapei et voilá, estava a flambejar, labaredas daquelas que só vejo na TV e que nunca tinha conseguido fazer! Deixei arder, acrescentei mais HAU TIAO RICE WINE e voltei a tapar o tacho.
Entretanto, demolhei os cogumelos Shiitaké num pouco de água morna, cobri com papel de cozinha e por cima da taça coloquei um pires para ficarem bem espalmados. 
Pus 1,5 l de água ao lume até ferver, o que me deu tempo para tratar dos legumes (alho-francês e cebola tenra), que cortei em rodelas finas. Com a água a ferver, juntei o alho e a cebola. Entretanto, o frango continuava a embebedar-se no vinho de arroz. 
Juntei à água e aos legumes uma base de sopa tailandesa (mas também pode ser de Miso), mexi. Ao fim de 20 minutos, os cogumelos já estavam hidratados. Retirei-os da água e espremi-os para a seguir os juntar ao caldo de legumes. Apurei temperos de sal e pimenta-preta. Ao fim de meia-hora, o frango já estava tão macio quanto ébrio, pelo que foi a altura ideal de o juntar ao caldo, incluindo o que restava da redução de HAU TIAO RICE WINE. 
Faltava apenas juntar duas porções de Udon, que se refastelaram no preparado durante 3 minutos, no final dos quais chegara a altura de nos reunirmos à mesa. Não sobrou NADA, porque até a Daisy teve direito a sopinha de Udon e lambeu a taça de tal maneira que nem sequer precisava de ir à máquina de lavar loiça.
Expelimentem, que não se alependem!

Bacalhau com favas

Bacalhau com favas ou favas com bacalhau, tanto faz, é à vontade do freguês ou da freguesa, ou de ambos os dois! 
Antes de mais, diga-se que já vasculhei pela Internet e descobri que não fui o único a aventurar-me por este casamento algo estranho à primeira vista, mas que – posso garantir – tem um final feliz.
Tempos de crise a isto obrigam e como havia restado uma posta de bacalhau assado no forno do dia anterior, resolvi aproveitá-la depois de bem desfiada e amancebá-la com uma favinhas que estavam guardadas à espera da primeira oportunidade.
Quanto ao bacalhau, nada tenho a acrescentar, pois já estava mais do que preparado e cozinhado. No que respeita às favas, pouco ou nada tenho a acrescentar à minha maneira de as cozinhar: generoso fio de azeite, alho e cebola bem picadinhos, chouriço de carne de Seia, sal e pimenta-preta moída na altura q/b.
Com a cebola já transparente, juntei as favinhas (não gosto especialmente destas mariquices de «inhas» e «inhos», mas neste caso justificam-se porque eram  favas mesmo muito pequenas e duvido que existam mais tenras ao cimo do planeta) e um copo de vinho branco seco. 
Em estando as favas no ponto que considerei por bem ser aquele em que me apraziam, juntei-lhes o bacalhau, envolvi durante 2 ou 3 três minutos e toca de irem para a mesa.
Não sobrou uma lasca de bacalhau nem sequer uma única favita, de maneira a não restarem quaisquer provas do crime.

 

11/08/12

Cheesecake II

Como a primeira versão de Cheesecake ficou aprovada cá pelo pessoal da Pensão Estrelinha, resolvi voltar à carga, mas desta vez optei por encurtar caminho. Eu explico: os frutos vermelhos, do bosque ou como muito bem entenderem designá-los, estavam de tal maneira frescos que achei malvadez reduzi-los a um coulis (ainda por cima, a acreditar nos rótulos, tinham sido embalados no próprio dia e diziam-se de origem nacional). Por isso, tratei simplesmente de os lavar bem lavados em água corrente, de os dispor sobre o creme e de os polvilhar com um pouco de icing-sugar. Quanto ao resto da receita, podem seguir a do Cheesecake anterior.
Ficou assim e já desapareceu... 



05/08/12

Cheesecake

Quem não tem cão, caça com gato. Ou seja, se temos à mão tudo aquilo de que necessitamos para fazer um verdadeiro cheesecake (sem ser daqueles de pacote quase instantâneos) e nos faltam os frutos do bosque, não é por isso que devemos desistir.
Eu, pelo menos, não desisti e, a conselho da sócia, optei por um coulis de maçã. Não sei o que dá mais trabalho, se a massa areada da base, feita com a velhinha e sempre útil Bolacha Maria, se o coulis que exige uns bons 45 minutos ao fogão.
Mas valeu a pena e o pessoal cá da pensão aprovou.
O que eu usei (agora isto vai mesmo parecer de entendido nas artes da culinária/pastelaria):
Para a base
Pacote e meio de bolacha Maria devidamente torturada na picadora
• 250 g de manteiga
Para o recheio
2 pacotes de natas (200 ml x 2)
1 Embalagem de queijo Philadelphia
4 folhas de gelatina
4 colheres de sopa de açúcar
Para a cobertura
2 maçãs grandes (aconselho a usarem 3, para não ficarem zonas em branco)
2 colheres sopa de açúcar
2 colheres de sopa de mel
sumo de meio limão
pitada de canela
Água (até cobrir as maçãs depois de descascadas e cortadas em pedaços pequenos)
MUITA PACIÊNCIA

Há que cozer as maçãs quase até ficarem em puré, depois retiram-se do lume e esmagam-se, misturam-se com o açúcar, o mel, a pitada de canela e o sumo de limão. Voltam a lume brando e mexe-se até obter um coulis com a textura do nosso agrado (pode ser necessário acrescentar um pouco de água).

No entrementes, a base e o recheio já estão acamaradados, de maneira que é só cobri-los com o coulis (depois de o deixar arrefecer devidamente) e levar ao frigorífico pelo menos durante 2 horas.

Ficou assim, mas garanto que para a próxima vai ficar com melhor aspecto. Além disso, a fotografia não presta a devida homenagem porque a objectiva da Nikon resolveu não colaborar.