18/10/12

Ferramentas

Qualquer pessoa pode ter uma Nikon ou uma Canon XPTO último modelo, GTi, 16 válvulas que não é por isso que passa a ser um grande fotógrafo. 
Tal como qualquer um pode adquirir as melhores telas, os melhores pincéis e as melhores tintas, que nem por isso se torna um Rembrandt ou um Picasso.
Do mesmo modo, não é por termos um conjunto de facas Kramer ou Shun que passamos a ser sushiman (ou sushiwoman).
No entanto, como é quase um ditado popular entre os mecânicos de automóveis, sobretudo os da velha guarda, que ter as ferramentas adequadas é uma grande ajuda para qualquer trabalho.
Foi talvez inconscientemente a pensar nisto que, um destes dias, ao passear pela secção de tachos e panelas do El Corte Inglés à procura de um morteiro e de um esmagador de batatas, não resisti a esta maravilha: uma frigideira De Buyer. Percam 5 minutos a ver o vídeo, que vale a pena.
Não me parece ser sugestão, embora ainda só a tenha usado por duas vezes, mas a verdade é que a frigideira deixa a carne com um sabor muito especial. 
Segundo rezam as instruções, quanto mais feia e escura ficar, mais eficaz e anti-aderente se vai tornando.
A fotografia foi tirada antes de lavada, preparada e usada. Sim! Que quem anda pela cozinha não se pode limitar a confeccionar uns bons petiscos... também tem que lavar a loiça, lidar com detergentes, esfregões e palha-d'aço, já para não falar da agradável tarefa que é limpar o fogão, as grelhas, os queimadores e a placa.

      

17/10/12

Favas guisadas

Das favas, que muitos detestam e eu aprecio bastante – ainda que em 90% dos casos desde que confeccionadas por mim – pouco ou nada tenho a dizer e quem estiver interessado pode ver outros post que já aqui publiquei sobre as ditas cujas
Neste caso, a única inovação foi o aproveitamento de um alho-francês que encontrei ao abrir a porta do frigorífico e que, depois de cortado em rodelas finas, casou muito bem com a cebola, o alho e os coentros.
No entanto, como as favas são um dos pratos da minha preferência, mereciam companhia digna e digo-vos que não poderia ter sido melhor: um Quinta do Portal tinto, Colheita 2009. Excelente.

09/10/12

Soufflé au chocolat

Esta era daquelas receitas que andava há muito tempo para experimentar. Um soufflé au chocolat, levado à mesa mal acabado de tirar do forno.
Correu bem, muito bem mesmo! No entanto, a confecção praticamente não ficou a meu cargo, mas sim da minha mulher, a quem cabem 90% dos créditos. 
Eu limitei-me a encontrar uma receita – procurem uma em www.google.fr (noblesse, oblige) – a partir o chocolate para derreter (que embebi num bom shot de whisky Cutty Sark), a abrir o frasco das natas, a bater as claras em castelo e a incorporar o açúcar.
Derretido o chocolate, misturadas as natas e 4 gemas de ovos, mais 3 colheres de sopa de açúcar e 6 claras batidas em castelo (aproveitei as duas gemas restantes, às quais juntei um pouco de água, para embeber e ajudar a prender o pão ralado de uns escalopes à Milanesa que foram o nosso jantar e estavam deliciosos – estes fui eu que preparei do princípio ao fim), a minha mulher verteu o preparado para uma forma que, previamente, untou com manteiga (É mesmo manteiga e não aquela coisa chamada margarina – proibida de entrar cá na pensão!).
Forno pré-aquecido a 200°C, 20 minutos... et voilà!  
Vamos lá a um pouco de mariquices para aguçar paladares e motivar experiências: FOFO, de textura CREMOSA e de sabor DELICIOSO.

 

Nigella Lawson e arroz para sushi

Eu não sei quem disse a esta senhora que ela sabia cozinhar. Ao que parece, tem milhares de fãs, escreve livros a rodos e deve ganhar umas boas libras esterlinas com os seus programas para a televisão. Não aprecio o seu estilo de tia, mas hoje calhou-me em má hora ver um dos seus programas (no canal sicmulher) e, espanto dos espantos, observar como, do alto da sua sabedoria e pretenciosismo very british, ensinou a fazer um arroz para sushi que nem os chineses, reconvertidos a nipónicos de vão de escada, devem confeccionar.
Do princípio ao fim, foi só asneira! A lavagem foi mal feita, e pior explicada; não deixou o arroz a descansar depois de lavado, como mandam as boas regras; após a cozedura cometeu o crime de dizer que se cortava o arroz com uma colher de sopa de metal!!! Heresia! Depois nem sequer o deixou arrefecer coberto com um pano húmido. Deve desconhecer a operação seguinte, que consiste em forçar o arrefecimento do arroz com a ajuda de um leque enquanto se vai cortando o mesmo e misturando um pouco de açúcar e o vinagre de arroz. Só assim se obtém um arroz brilhante e moldável.
Como o arroz devia estar mesmo intragável, tratou então de um misturar com lulas marinadas que arrasaram com a mistela.
A senhora Nigella Lawson que vá lavar pratos, tachos e panelas, porque de cozinha percebe pouco, muito pouco mesmo! Terá tirado o curso naquela universidade em que basta ter sido director de rancho folclórico para se ficar licenciado em Ciência Política?

06/10/12

Salema sobre bacon

Para terminar o 5 de Outubro em beleza, uma salema cozinhada em cama de bacon. O peixe também deve ter ido de feriado neste dia da República porque a faina foi fraca.

Apesar da míngua de peixe, calhou-nos uma magnífica salema que, depois de escalada, foi para a frigideira sobre uma cama de fatias de bacon que já tinham largado uma boa dose de gordura e foi nela que o peixe cozinhou, temperado apenas com uma pitada de sal e pimenta-preta. Quase no fim, juntei uns quantos mexilhões. 
Como acompanhamento, umas batatinhas novas (temperadas com alho, azeite, sal e pimenta-preta moída na altura) assadas no forno.

 

Carré de borrego

Por ainda ser feriado, e esperemos que continue a ser por muitos e bons anos. VIVA A REPÚBLICA!!!  
O 5 de Outubro merecia uma comemoração especial. E assim foi: um carré de borrego cozinhado bem devagar em vinho branco, banha, alho e alecrim.
Começou assim na frigideira 


e terminou desta maneira no prato, acompanhado por batata frita e courgette grelhada.


Optei por iniciar a preparação com as costeletas em carrés de três e só no fim as cortei. Deste modo, as das extremidades ficaram bem cozinhadas, ao passo que as do meio ficaram à point (como eu gosto).
As courgettes foram para o grelhador temperadas de sal e pimenta-preta moída na altura e, quase no fim, deitei-lhes um fio de azeite.