10/12/12

Folhados de salmão

Há umas embalagens de massa folhada da Bimbo (prontoS, já sei aquilo que os puristas vão praguejar, mas não tenho 5 ou 6 horas para estar na cozinha a fazer massa folhada verdadeira!) uma das várias commodities que tenho habitualmente nos armários da cozinha ou no congelador, e que, além de me fazerem recuar aos tempos em que brincava com plasticina, são sempre de grande utilidade como solução de último recurso.
Foi o que sucedeu neste caso. De visita àquele supermercado que tem a contabilidade organizada nos Países Baixos, vi seis lindas tranches de salmão a sorrirem para mim. Apesar de tímido por não natureza, não resisti a tamanho charme e travei de imediato conversa com elas, imaginando voluptuosamente como iria conquistá-las. Raparigas nórdicas, despudoradamente oferecidas como são conhecidas, não hesitaram acompanhar-me até casa. Tadinhas! Nem imaginavam aquilo que este sádico lhes iria fazer.
Na masmorra do castelo (leia-se, na cozinha), onde se destacavam aterradores instrumentos de tortura (uma placa de quatro bicos AEG e um forno eléctrico Zanussi), aguardava-as uma frigideira de barro regada com finíssimo fio de óleo de girassol onde iriam sofrer as passas do Algarve até suarem as estopinhas. 
Depois de mais parecidas com aquelas chavalitas inglesas, irlandesas e germânicas no final do primeiro dia de praia sob o Sol de terras da Tia Anica de Loulé, e devidamente temperadas com sal e pimenta de cinco bagas, achei por bem fazer um intervalo ao seu tormento.
Ocupei-me então da plasticina (leia-se, massa folhada) já devidamente descongelada há cerca de uma hora.
Peguei num dos tabuleiros do forno e espalhei sobre o mesmo os seis quadrados de massa folhada (como é evidente, usei como base as folhas de papel vegetal que acompanham esta maravilhosa commoditie). 
Ainda as tranches de salmão não tinham recuperado de tamanha tormenta, já eu estava pronto para as vergastar de novo, desta vez com garfo de metal. Reduzidas a finas lascas e combinadas com seis camarões de bom calibre, também eles reduzidos a picadinho, foram rechear os seis quadrados de massa folhada. Encerradas as tranches de salmão e camarão nos seus casulos, foi só deixar que se folhassem durante 20 minutos em forno pré-aquecido a 220°C (quem quiser que o resultado fique ainda mais bonitinho, pode pincelar a massa folhada com gema de ovo batida). 
Para acompanhamento? Nada mais simples: uma bela salada de alface... tout court.



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