De uma maneira geral, sou eu que me encarrego de levar caril para a mesa cá na Pensão Estrelinha. Porém, há dias de sorte, como dizia o cauteleiro até escorregar na casca da banana... (cala-te boca qu'inda sai disparate!).
Recomeçando: há dias de manhã que um gajo à tarde não devia sair de casa à noite. Mas também há daqueles dias em qu'um gajo trabalha de manhã, vai para a piscina à tarde e regressa a casa à noitinha e ... como que mudou de fuso horário porque se depara na mesa com iguarias às quais nem sequer o Vasco da Gama teve direito quando pôs o pé em terras da Índia. (Dizem as más línguas que foram os Portugueses, com certeza no tempo do Afonso de Albuquerque, que introduziram o caril na Índia e o Tempura no Japão...) Mas adiante.
Metida a chave à porta, os aromas adocicavam o corredor, tudo porque a sócia resolveu deitar mãos à obra e preparar uma refeição daquelas que não se esquecem tão depressa.
Não vou contar pormenores das receitas, mas tão-só limitar-me a contar aquilo que veio para a mesa:
Umas apas
para acompanharem um Jhinga Mole cozinhado com todo o coração e carinho que se possa imaginar. Apesar da acidez do limão, sentia-se bem o mel que derretia o citrino insinuante.
Para rematar... o doce das sete camadas, aquela sobremesa cujo condimento especial é a paciência.
Uma Bebinka de comer e chorar por mais.
Tal como sucede com muitas outras iguarias indianas, tanto o Jhinga Mole como a Bebinka ainda estavam melhores no dia seguinte.
Experimentem porque vale bem a pena e, além disso, a gastronomia indiana tem muito para oferecer para lá do conhecido caril