04/10/22

Júlia Florista + Feijoada

A pedido da sócia da Pensão Estrelinha: «Que nada a mais animava do que uma janta de substância, daquelas como só se saboreiam lá para as bandas do Alto e profundo Minho», armei-me em Dom Quixote e entrei pelo Supermercado (https://www.pingodoce.pt/) adentro, pronto a tomar por reféns todos os ingredientes que coubessem na panela!
Note-se que eu nunca houvera confeccionado uma feijoada!
Chouriço de carne de Ponte do Lima, mais uma Moira de Lamego. Quanto aos restantes ingredientes, alguns já existiam cá por casa e só me faltou a orelha de porco (que adoro!) e a unha de porco (que dispenso).
O feijão encarnado foi de lata: a grande foi da Compal
(https://www.compal.pt/) e é mauzinho!... e o da lata pequena do Pingo Doce (muito melhor, mais barato e muito mais bem cozido!)
Quanto ao preparado, quanto mais simples, melhor!
Eu fiz assim:
Cozi umas quantas folhas de couve (vulgo repolho) bem cortadinhas, duas cenouras inteiras, um bom naco de bacon, três tiras de entremeada, metade de um chouriço de carne de Ponte do Lima, mais metade de uma moira de Lamego e demais derivados do porco, tendo-lhe ajuntado à revelia 2 cravinhos, para lhes apurar o sabor. Deixei cozer tudo bem, mas falharam-me as folhas de couve, às quais é necessário dar mais tempo para ficarem tenras.
No entrementes, num fundo de azeite no tacho,  estrurgi 1 cebola grande, 3 dentes de alho, polpa de tomate e um copo de vinho branco. Estando as carnes e os enchidos cozidos, juntei-os neste caldo. Seguiu-se o feijão, limpo da água da lata (optei por juntar água da cozedura da couve e dos enchidos, por muito mais apaladada).
Vieram em seguida as folhas de couve, já devidamente cozidas e amaciadas, e, por fim, foi a vez das cenouras, já cortadas em rodelas, e de remexer com cuidado o preparado.
PS: para apimentar, em vez de pimenta-preta, optei por umas malaguetas secas ofertadas pela minha filha mais velha.

Isto de cozinhar é fácil, basta querer, gostar e vontade de agradar.

 




13/05/22

Bacalhau com broa (2.ª temporada)

O bacalhau, do qual se diz existirem pelo menos 365 receitas, uma vez mais à mesa da Pensão Estrelinha.
Do jantar da noite anterior sobraram uma posta e meia (pequenas, que os tempos não estão fáceis) que hoje deram lugar a mais uma versão do famoso bacalhau com broa.
As postas foram devidamente lascadas e limpas de peles e espinhas.
A broa foi previamente cortada em fatias grossas levadas à torradeira.
Numa assadeira deitei um bom fio de azeite e fiz uma cama de broa esfarelada à mão.
Sobre esta acamei: as lascas de bacalhau, bimi (previamente cozido e cortado em pedaços pequenos), um ovo cozido cortado às rodelas, grão-de-bico (meia lata das pequenas da Compal) e meia cebola mais um dente alho bem picadinhos e previamente estrugidos em azeite. Sal e pimenta-preta moída na altura q/b.
Cobri o preparado com nova camada de broa esfarelada que rematei com salsa picada e reguei com outro bom fio de azeite.
Foi ao forno, na função grill durante uns 7 minutos a 150° C.
Ficou de comer e chorar por mais...


 

16/03/22

Caldo Verde

Faz bastante tempo que não venho aqui, mas não quer isto dizer que tenha deixado de frequentar a cozinha e, muito menos, o fogão. 

Aqui há atrasado, a sócia da Pensão Estrelinha deu-lhe para adoecer, mas como não era coisa de constipação nem de gripe, pensei que nada melhor lhe faria do que uma sopinha.

Acontece que eu sou/era daqueles «sopa na sopa». E que tal um Caldo Verde?
Mas como é que se prepara? Depois de googlar, como agora se diz, quase só encontrei disparates e atentados a uma das minhas raras e sopas preferidas (sopa de cozido, sopa de peixe, caldo de marisco e canja de galinha, com Arroz e ovinhos).

Afinal, decidi não seguir receita nenhuma e valer-me dos meus parcos conhecimentos de tachos e sertãs.
Comprado o caldo verde (250 g) e mais 1 kg de batata roxa foi assim:

A batata descascada e cortada em pedaços a cozer até quase se desfazer (a quantidade de água foi a olhómetro). Depois recorri à varinha mágica para reduzir a batata a puré. Juntei sal.
Lavei e separei muito bem o caldo verde num passador e fui juntando aos poucos à batata já desfeita. Adicionei um pouco de água para que o preparado não ficasse estilo betume.

Deixei cozinhar mais 10 a 15 minutos. Et voilá!
Faltou apenas juntar um bom fio de azeite ao final e rematar cada malguinha com umas boas rodelas de chouriço de Ponte do Lima.

Da primeira vez, e como já as horas iam adiantadas, fui a correr comprar o caldo verde ao el corte inglés, era bom. Da segunda segunda vez, recorri ao do LIDL, muito mais barato e bastante bom.
Quanto às restantes receitas de caldo verde que pululam pela Internet e pelo Google com recurso a alho, cebola e até alho-francês... que se quilhem, pois o Caldo Verde quer-se puro e duro, sem fantasias.