Antes de mais, um AVISO: não tentem usar outra cerveja que não seja GUINESS! Só ela confere o sabor tão especial a este preparo, e passo a publicidade. Agora usei esta de lata, mas da vez anterior só consegui encontrar uma garrafa de 33 cl.
Para quatro pessoas o coelho deve ter entre 1,3 e 1,5 kg. Cortado em pedaços e bem limpo.
Trata-se de uma receita que vai um pouco contra os meus princípios, pois leva mais do que a meia-hora ideal para a maior parte das refeições que gosto de preparar. Se for chambão, terá que estar no lume pelo menos 2 horas e meia. Contudo, a este Bugs Bunny dei «apenas» 1 hora e 50 minutos.
Agora passo a contar como foi: num tacho antiaderente deitei duas colheres de sopa de azeite e uma igual de manteiga. Deixei aquecer bem e, entretanto, enfarinhei os pedaços do lapin, para depois os deitar pouco a pouco no tacho. Tapei e deixei que alourassem bem, o que ainda leva o seu tempo. De vez em quando, virei os pedaços para que ganhassem todos cor por igual. Quando já davam mostras de queimaduras de 2.º grau, juntei-lhes 2 cenouras cortadas em pedaços finos, 2 talos de aipo, também cortados em pedaços finos, uma cebola bem picadinha, 1 folha de louro e 6 cogumelos Brauner cortados às tiras. Tapei e deixei que se regalassem todos numa sauna até suarem as estopinhas. A seguir, acrescentei 4 colheres de polpa de tomate, uma folha de louro, uma pitada de noz-moscada e uma pitada de cominhos. Chegou então a vez da Guiness entrar em acção para ajudar a hidratar o coelhito que já estava mais do que suado. No entanto, como há que beber com moderação, despejei apenas metade da lata (e aproveitei para beber um gole). Dado que o coelho já podia nadar, espevitei um pouco o lume e temperei com sal e mostarda de Dijon (sempre ouvi dizer que os coelhos gostam mais de mostarda do que de pimenta).
Aproveitei então para tratar do acompanhamento, aliás bastante simples: batatas cozidas. Descasquei e cortei 6 batatas em rodelas da grossura de um dedo e cozia-as com um pouco de sal. O tempo foi passando e à medida que a Guiness ia evaporando/espessando fui deitando mais um pouco para evitar que o coelho morresse à sede.
Quando as batatas atingiram o ponto de cozedura, um pouco antes de virarem puré, tirei-as do lume, coloquei-as numa taça, reguei-as com um bom fio de azeite, um dente de alho picado, pimenta-preta e salsa também picada. Depois, com um garfo, revirei tudo e piquei grosseiramente as batatas.
Já eram 9 horas da noite. O pessoal cá da pensão gritava que estava a morrer de fome. Por isso, já não tive tempo para tirar fotos da boda do coelho com as batatas devidamente empratados. Mas posso assegurar que foi uma cerimónia bonita de se ver!