Pois é, como eu sofri com as ditas pescadinhas, que detestava quando era puto e que tantas vezes vinham à mesa cá de casa! Era um verdadeiro suplício vê-las ali todas enroladinhas no prato a olharem para mim. Se ainda hoje demoro muito tempo a comer (leia-se saborear peixe), naquela altura as refeições eram intermináveis. Mas hoje foi dia de ir à praça e eis que vejo umas pescadinhas enroladas na banca do peixe onde nos abastecemos. A peixeira disse-nos que aquelas não eram para nós... e arranjou-nos outras fresquíssimas. É o que vale ser cliente há 16 anos! Trouxemos ainda um polvo que, depois de bem lavado, foi directo para o congelador e umas canilhas com um cheirinho a mar indiscritível.
As canilhas foram cozidas em água com bastante sal durante 25 minutos e serviram de entrada.
As pescadinhas ficaram a ganhar sal durante cerca de meia hora e depois foram passadas por farinha, para finalmente darem um mergulho em óleo bem quente, até ganharem cor.
Para acompanhar, a minha mulher tratou de preparar um arroz de tomate e eu encarreguei-me de combinar rabanetes, rábano e folhas de hortelã, que temperei com azeite e sal: uma verdadeira explosão de sabores!
Quanto ao arroz, foi assim: um refogado com cebola, azeite, salsa e tomate. Depois deita-se o arroz até ficar translúcido, a seguir três medidas de água e um pouco de sal. Tapa-se e quando a água evaporar por completo... está pronto. Porque gostamos deste arroz bem soltinho e nada de «O Povo Unido Jamais Será Vencido!»
Os rabanetes combinados com o rábano e a hortelã.
Uma pescadinha já devidamente acompanhada pelo arroz de tomate e pronta a comer. Afinal, ou eu estou a ficar velho, ou as pescadinhas de rabo na boca são mesmo boas!
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