A imaginação deve andar tolhida pela crise e por outras chatices com que a vida nos presenteia ao virar da esquina. Mas, a verdade, é que o estômago não se contenta com tais desculpas e exige ser alimentado quotidianamente, pelo menos duas vezes ao dia.
À segunda-feira, como é sabido, não há mercado e os talhos que estão abertos não têm carne fresca porque os matadouros também estiveram de week-end. Assim, nada melhor do que recorrer aos congelados.
O abacaxi é fresco – foi comprado num supermercado altamente que agora até passou a ter sede nos Países Baixos... –, assim como o gengibre, comprado ao paquistanês da esquina que tem a mercearia, tabacaria e liquor house aberta até à meia-noite. Dá sempre jeito!
Vamos ao que interessa, ou melhor, àquilo que já não me apetece escrever porque já comi e fiquei satisfeito com o resultado.
A minha ideia de base foi caramelizar cebola, pedaços de ananás, duas lascas de gengibre e dois dentes de alho. Depois de escurecidos, juntei-lhes os camarões e boa pitada de gindungo. Tapei o tacho e deixei tudo em sauna. Para não desidratarem, acabei por juntar meia lata de leite de coco e uma colher de chá de caril (do verdadeiro, daquele feito por quem sabe e que não conta o segredo a ninguém – pela minha parte, tudo bem, desde que me vá oferecendo umas doses de vez em quando).
Entretanto, tratei do arroz selvagem que demora sempre mais tempo a cozinhar do que o outro. Quando estava quase no ponto, banhei-o com 3 colheres de sopa de leite de coco
Quando o camarão estava pronto a saltar para a mesa ainda lhe juntei uma pitada de coentros picadinhos e meio cálice de Cutty Sark, deixando apurar sabores e aromas mais 2 ou 3 minutos.
Feito o ninho de arroz selvagem, ficou com este aspecto
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