Polvo de coentrada
Sábado, levantar cedo para ir à aula de guitarra, vir para casa e pensar no almoço. Não me apetecia carne. Um salto ao supermercado e descubro dois polvos pequenos a olharem para mim lá no fundo da arca congeladora. Nem mais!
A aventura começou: panela de pressão ao lume apenas com um fundo de água e uma cebola. Mal a água começa a ferver, mergulho os polvos, um de cada vez, cumprindo sempre o ritual de os «assustar» por três vezes antes de os deixar em repouso. Cubro com vinho tinto de boa qualidade (passo a publicidade: uma reserva de Herdade Porto da Bouga) e fecho a panela.
Entretanto, deito um generoso fio de azeite numa sertã, junto três dentes de alho bem picados e mais uma cebola igualmente picadinha. Em lume muito brando, mal deixo dourar a cebola e junto miolo de camarão e uma boa mão-cheia de coentros frescos, picados. Junto meio copo de vinho branco.
Para acompanhamento optei por bróculos e pão tostado frito em azeite.
Ao fim de meia hora, apaguei o lume aos polvos, deixei que a panela fosse perdendo a pressão e retirei os polvos... impossível estarem mais tenros! Quase se cortavam com uma colher – apesar de ser cada vez mais raro, fico piurso quando o polvo fica estilo pastilha elástica!
Cortei os polvinhos em pedaços e lá foram juntar-se aos camarões. Depois foi só apurar sabores e temperos e toca de levar à mesa sobre as fatias de pão frito.
O comentário da Joana ao final do almoço encheu-me o ego: «Estava bom!»
Para o jantar, mas não confeccionada por mim, foi à mesa uma deliciosa sopa de beldroegas.
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