Por costume, cá em casa o Borrego vem habitualmente à mesa sob a forma de costoletas grelhadas (de preferência do pé) ou de mão (por vezes, a pata não é desprezada).
Mas um destes dias decidi aventurar-me num ensopado e não me saí nada mal. Pedi ajuda ao Samuel (do talho Só Qualidade) que me cortou em cubos (cujo tamanho depois rectifiquei em casa) uma pata de borrego.
Após umas 4 ou 5 horas de marinada em vinha d'alhos, foram os cubos de borrego para dentro do tacho suar as estopinhas. Previamente alourados num fio de azeite, assim que os cubos de borrego se revelaram tostaditos, ajuntei-lhes um copo de vinho branco, o líquido da marinada e mais outro copo de água.Tapei o tacho para apurar a sauna e passada meia hora juntei as batatas novas. Piquei cubos de borrego e batatas, e quando achei por bem que estavam ambos os dois bem no ponto de caramelo, juntei pitada de salsa fresca picadinha, deixei apurar temperos, aromas e sabores e levei à mesa.
Ficou assim:
30/03/12
15/03/12
Açorda: uma questão de princípio
Fazia tempo que por cá não ia à mesa uma açorda de camarão. Diga-se, em abono da verdade, que não fui eu quem a confeccionou,... mas dei uma ajuda.
A propósito do título deste post, a verdade é que há uma questão de princípio a respeitar na preparação de qualquer açorda, seja ela de camarão, berbigão (óptima para acompanhar uns «jaquinzinhos») ou simplesmente de pão, alho, azeite e ovo: É IMPRESCINDÍVEL QUE O PÃO SEJA ALENTEJANO!!!
Dito isto, e como não fui o responsável por esta iguaria que em boa hora me assentou no prato, fico-me por algumas dicas e pelas imagens, só por si capazes de despertar – mesmo nos menos experientes na arte do fogão, dos tachos e das panelas – a vontade de preparar e saborear uma receita que prima pela simplicidade.
1 pão alentejano (desfeito em pedaços pequenos)
500 g de camarões congelados
GUARDA-SE A ÁGUA DA COZEDURA DOS CAMARÕES (não abusar no sal) para embeber o panito
3 dentes de alho bem picadinhos
Coentros qb, mas convém exagerar
Generoso fio de azeite
2 ovos
Esta açorda foi feita para dois, mas ainda sobrou para mais um no dia seguinte; sim, porque estamos em crise e há que saber aproveitar.
Vejamos o filme dos acontecimentos:
O panito embebido com a água de cozer os camarões |
A açorda ao lume: azeite, pão, alho e coentros |
Pronta a servir. Os mais puristas podem juntar os ovos só depois da açorda empratada |
14/03/12
Dom Feijão
Um destes dias, a conselho do meu amigo João Salgueiro, fui jantar em boa companhia ao Dom Feijão. A massada de garoupa estava bastante boa (embora eu consiga apurar mais o molho; é o problema de fazer grandes quantidades...), mas o que realmente me fascinou foi a descoberta de um tinto do Douro de primeiríssima qualidade que dá pelo nome de Crasto. Se tiverem oportunidade, experimentem.
06/03/12
O Japão em casa
Melhor, é impossível!!!
Sushi, sashimi, nigiri and so on!
Limitei-me a cozer os camarões como mandam as regras e a cortar manga e pêra-abacate conforme me pediram.
O resto foi pura magia da Beniko Tanaka e do Donatello Brida. Depois deste jantar – que no Japão corresponde à festa das meninas (até aos 13 ou 14 anos, e não tenham maus pensamentos...) – até o Aya nunca mais voltará a ser o mesmo.
Como não fui eu que confeccionei os 1001 preparados que foram para a mesa, não posso contar como tudo se passou.
Por isso, limito-me a apresentar a reportagem fotográfica.
Acho que nem o ilustre Wenceslau de Moraes poderia imaginar uma fusão nipónico-luso-italiana tão magnífica como aquela que se concretou num jantar de sábado. Ficam apenas imagens para despertar as papilas gustativas dos incondicionais da cozinha do País do Sol Nascente.
À esquerda: camarões preparados para cozer.
À direita: camarões já cozidos.
À direita: camarões já cozidos.
Como diz o Anthony Bourdain, uma faca bem afiada e um arroz no ponto, fazem um sushi. Da faca tratou o Vasco, do arroz cuidou a Beniko.
A preparar o atum.
Os indispensáveis rolinhos Califórnia
A criatividade da Beniko e do Donatello começou a ganhar forma
E os preparados nunca mais acabavam, conforme
se pode ver pelas imagens
se pode ver pelas imagens
A mesa ficou assim, mas ainda havia mais ágapes no carrinho de apoio!!! Verdadeiramente indiscritível! Todo o sabor do Japão à mesa. |
Bisque de lagosta
Seja por falta de tempo ou de inspiração, ou simplesmente porque nada de novo há a acrescentar a este blog, por vezes passam-se semanas em que nem sequer o visito.
Hoje resolvi postar um conjunto de imagens de um bisque de lagosta que fiz a semana passada e que não me saiu nada mal.
Quanto à lista de ingredientes:
1/2 lagosta
1 embalagem de cubos de tamboril da Pescanova
4 vieiras grandes cortadas em lâminas
Um bom fio de azeite
1 cebola (usei doce porque ando viciado neste tipo de cebola) bem picadinha
2 talos de aipo (finos e bem picados)
1 cenoura
2 colheres (de sopa) de polpa de tomate
1 dente de alho bem picado
1 copo de vinho branco (quanto melhor for a qualidade, melhor é resultado)
Água q/b
Sal e pimenta-preta moída na altura
Da próxima vez com certeza que ainda vai ficar melhor porque, entretanto, fiz um caldo de marisco e peixe (que já está no congelador) que esteve quase 2 horas em lume mais do que brando. Usei água de cozer camarões, cabeças e cascas dos ditos camarões mais peles, espinhas e «desaproveitamentos» de salmão; juntei uma folha de louro e pimenta-preta. Depois usei a chamada varinha-mágica, coei e o resultado ficou com tal aroma que apetecia comer logo ali; mas resisti e estou à espera da melhor oportunidade para recorrer ao caldinho.
Com isto perdi o fio à meada, ou seja, desviei-me do bisque. Num tacho deitei o azeite, a cebola, o aipo, a cenoura, a polpa de tomate, o alho, o vinho branco e igual quantidade de água. Deixei cozinhar durante vinte minutos. Usei a varinha mágica e juntei mais um pouco de água. Com o preparado relativamente espesso, juntei os pedaços de lagosta e os cubos de tamboril. Deixei reduzir um pouco e aproveitei para temperar com sal e pimenta. Seguiram-se as lâminas de vieira que deixei cozinhar por mais 5 minutos, findos os quais era chegada a hora de ir para a mesa.
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