30/04/19

Favas

As minhas favas não têm nada de especial,... são apenas as melhores do Mundo e arredores!
Modéstia à parte, estou farto de experimentar favas guisadas em vários locais, e nenhumas chegam aos calcanhares das minhas.
E as minhas são tão fáceis de fazer!
Imprescindível é o tacho de ferro fundido Le Creuset, que anda cá pela Pensão Estrelinha desde o tempo das vacas gordas, para a confecção das mesmas.
Eu gosto mesmo é de favas, não desfavorecendo nos demais acompanhamentos (entrecosto, chouriço de carne, moura e chouriço preto).
Bom fio de azeite alentejano no fundo do tacho e toca de fazer o entrecosto suar as estopinhas até quase tostar em lume esperto. 
Juntei-lhe depois uma cebola bem picada, três dentes de alho também bem picados e mais um copo de vinho branco. Esperei que ficassem no ponto e juntei então os chouriços (todos produtos excelentes de marca branca Pingo Doce), mais dois copos de água. 
Chegou pois a vez de as favas irem para o tacho, e estas não eram congeladas, mas frescas, compradas no talho do Vasco e descascadas por mim.
Tratei então de temperar com sal e pimenta-preta moída na altura.
Não tenho por hábito ir saboreando os temperos, mas as favas parece que chupam o sal e nunca estão no ponto certo, por isso, de quando em vez, tenho mesmo de testar o sabor.
Quando as favas começaram a ficar tenrinhas, abrandei o lume e juntei-lhes uma boa pitada de coentros grosseiramente picados, mais umas quantas folhas de hortelã.
Tempo contado passado à beira do tacho: cerca de 1 hora.

Lista de ingredientes para duas pessoas que gostem mesmo de favas (mais uma refeição para o dia seguinte):

2 kg de favas
1/2 chouriço de carne (o de Ponte do Lima é o melhor!)
1/2 moura
1/2 chouriço preto da Beira Alta
Coentros
Folhas de Hortelã
Sal e pimenta-preta q.b.
Azeite
1 copo de vinho branco

Fizeram-se as favinhas acompanhar por um Arrábida Azul tinto reserva de 2016, magnífico!

E terminou o jantar com um cafézinho expresso Buondi Extreme, que à Pensão Estrelinha ainda não chegou a moda das maquinetas de cápsulas!

E aqui ficam as fotografias do preparado e do finalizado:




 



29/04/19

Mercado dos Vinhos: Cascais

Dia solarengo que convidava a um passeio.
Hoje não estive ao fogão e fui com a sócia da Pensão Estrelinha mais o Doutor até ao Mercado dos Vinhos, em Cascais.
Muitas novidades e poucos rótulos conhecidos.
Diga-se, de passagem, que não tenho as papilas gustativas apuradas/ensinadas para apreciar devidamente qualquer vinho que seja: gosto, gosto; não gosto, não gosto.
E os meus gostos vão, sobretudo, para os vinhos do Alentejo.

Azar o meu: comecei por provar um branco cujo aroma me agradou, mas com final de boca áspero e demasiada acidez (isto é só para botar faladura, pois a verdade é que o raio da mistela cheirava bem, mas era azeda como rabo de gato!).
O Doutor, com experiência comprovada nestas andanças de provas, mas também adepto ferrenho dos Douros, ofertou-nos um Quinta do Valdalágea... Excelente, por aquilo que provei.
Não contente, com a demonstração, tornou a ir lá dentro e trouxe-nos um Pedro Molinas.
As duas botelhas já cá moram na adega da Pensão Estrelinha à espera de manjares dignos de as acompanharem.
No regresso a casa, pela Marginal como mandam as regras, parámos na Parede e lanchámos no Eduardo das Conquilhas... conquilhas já não havia, mas marcharam umas belíssimas ameijoas, mais uns camarões e uma sapateira.


 



28/04/19

Frango com limão e natas

O título da receita deveria ser antes: «Frango trabalhoso», pois deu demasiado trabalho a confeccionar e tempo ao lume para o meu gosto... mas valeu a pena!
A receita não é minha, e sim de um Blogger que sigo, sempre para aprender muita coisa da arte dos tachos e das panelas (https://outrascomidas.blogspot.com/).
Sábado à tarde, visita ao talho do Vasco para comprar um frango do campo, meio pão de Mafra, cozido a lenha à moda antiga e um queijinho de Nisa.
A ideia era fazer o frango corado, já devidamente cortado em pedaços bastante pequenos, mas, depois de consultar várias receitas, achei-as todas muito descoradas.
Encontrei então aquela receita que me pareceu a melhor solução. 
Surpresa inicial: o frango começa por ser cozinhado sem com mais nada!!! 
No original, recomenda-se um wok (que já tive, mas já não tenho) ou uma frigideira grande. Ora, como o frango (1,5 kg) não cabia na frigideira maior que temos cá na Pensão Estrelinha, achei por mim que ficaria bem acondicionado no meu tacho de ferro (https://www.lecreuset.pt/). E ficou, e largou gordura e cozinhou-se nos seus próprios untos durante uma boa meia hora, sempre a virar e a revirar para não pegar ao fundo do tacho que dá muito trabalho a lavar. 
Quando começou a ganhar aquele tom tostado, apaguei o lume e fui a correr ao Pingo Doce (https://www.pingodoce.pt/) comprar os ingredientes que me faltavam: coentros, cogumelos Portobello e natas (sem glúten, por imperativo de uma das residentes da Pensão Estrelinha). De caminho, uma garrafa com um veado (https://www.vivino.com/canto-x-monte-da-contenda-tinto/w/3809313?year=2014) riu-se para mim e entrou para o cesto das compras a fim acompanhar o frango.
Regressado a casa, espremi o sumo a 3 limões e piquei bem picados outros tantos dentes de alho que foram dar banho ao frango, mais respectivos temperos de sal e pimenta. Lume brando e toca de deixar o frango saborear a limonada durante cerca de 15 minutos.
Foi a vez de cortar a limonada com dois pacotes de natas e os cogumelos. De novo lume brando, deixar levantar fervura e acrescentar uns coentros grosseiramente picados. Nos entrementes, liguei o forno a 220° C. Depois mudei o frango do tacho para uma travessa e levei ao forno durante mais cerca de 20 minutos, até ganhar um bronzeado que me agradou.
Acompanhámos com esparguete e espinafres salteados em azeite e alho.
Resultado final: muito bom!

Peço desculpa pela fotografia, que não faz jus ao frango.